F ó r u m Y a o i P r o j e c t B r


Participe do fórum, é rápido e fácil

F ó r u m Y a o i P r o j e c t B r
F ó r u m Y a o i P r o j e c t B r
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

F ó r u m Y a o i P r o j e c t B r


Você não está conectado. Conecte-se ou registre-se

Felicidade Falsa 2.0

3 participantes

Ir para baixo  Mensagem [Página 1 de 1]

1Felicidade Falsa 2.0 Empty Felicidade Falsa 2.0 Qui Jun 14, 2012 9:40 pm

Nessah

Nessah

Olá pessoal! Essa é a primeira fanfic que eu trago no forúm, espero que gostem e por favor comentem ^^

Boa leitura!
Até mais!

Felicidade Falsa 2.0

Autora: Nessah
Gênero: Drama e Yaoi
Censura: NC-15
Fandom: Original
Status: Incompleta
Capítulos: ?



O que você faria se descobrisse que sua vida é uma mentira? E se tudo aquilo em que você acredita e ama se torna simplesmente nada? É quando se perde o chão e finge entender, mas na verdade está novamente enganando a si próprio. Quanta dor, quanta magoa. De certa forma me ajudaram à abrir os olhos, aos poucos me dei conta de que não tinha nada e nem ninguém e o pior, não era realmente feliz, bastava olhar ao redor e notar que tudo não passava de uma grande ilusão.


Capitulo 1 – Quem sou eu?

- EI BRIAN! Seu vagabundo, acorde logo! Já são 7hrs! - Meu pai gritava do lado de fora do quarto batendo na porta repetidas vezes.
- Já estou acordado!
- Então se troque e vá para o colégio! O que está esperando?
- Estou apenas me trocand...
- TODO DIA É A MESMA COISA!

O alcoólatra do meu pai estava como sempre me acordando de forma que toda a vizinhança poderia ouvir, talvez já estivessem até acostumados. Infelizmente minha mãe faleceu quando deu a luz, logo que nasci. E é justamente por isso que ele me trata dessa forma, me culpa pela morte dela como se eu tivesse se quer intenção de machuca-la, quem dera te-la ao meu lado.

Logo peguei o carro pra ir ao colégio, sai apressado pois não suportava ficar em casa e como de rotina não tomei o café da manhã.
As aulas estavam acabando, já estávamos no final do ano e tudo o que eu conseguia pensar era no fim dos melhores dias da minha vida, afinal havia conhecido inúmeras pessoas e a cada ano vivi alegrias inexplicáveis naquele colégio e tudo se encerraria em questão de dias. Hoje posso ver o quanto fui ingenuo, bastava refletir no inferno que era minha casa e qualquer lugar bastaria, estaria ótimo.

Naquela manhã de frio intenso cheguei ao colégio disposto a curtir cada segundo com as pessoas que eu amava. Estacionei e entrei, procurei o meu armário e dei de cara com um bilhete da Mika, minha namorada na época. Estava escrito “te amo” e haviam alguns corações no papel rosado. “A pessoa que eu mais amo no mundo.” Eu definia Mika, era no que eu realmente acreditava, estava cego, mas não era de amor e sim ignorância. Peguei os livros e fui caminhando pelo corredor quando encontrei o Matt:
- E ai cara! Tudo bem? Você estava mal ontem...Fiquei preocupado, sua gripe passou? - Perguntou ele me cumprimentado.

Matt, meu melhor amigo, mais que um irmão, sempre com aquele sorriso enorme no rosto.
- Passar, não passou! Mas estou bem melhor, obrigado pela preocupação. - Respondi sorrindo o cumprimentado de volta.

Em seguida caminhamos conversando até a sala, a primeira aula era de matemática, a matéria que eu mais odiava, ainda mais com aquele professor. Logo que chegamos na sala de aula, fomos interrompidos enquanto eu desabafava com Matt sobre os problemas rotineiros com meu pai:
- Oi, Brian.
- Olá Steve... - Me surpreendi. Era o Steve falando comigo. Ele não tinha muitas amizades e era extremamente reservado. Mas ele não falava comigo há muito tempo fiquei magoado por ter se distanciado já que eramos tão amigos, porém nunca entendi ou procurei saber o motivo desse comportamento repentino. Eu estava muito preocupado com a minha vida e minhas futilidades e não dei atenção à ele. O estranhei por me cumprimentar naquela manhã.
- Na saída preciso falar com você...Me espera? - Disse ele cabisbaixo.
- Sobre o que seria? - Indaguei o menosprezando.
- Na saída, está bem? - Disse ele ainda cabisbaixo e antes que eu respondesse se retirou direcionando-se ao seu lugar.

Fiquei curioso, eu não fazia idéia do que havia acontecido com Steve. Mas ele estava abatido e com um olhar extremamente triste, eu nunca tinha o visto daquele jeito. Curioso que ele sempre frequentava minha casa e eu a dele, compartilhávamos tudo, viajamos, jogávamos video game, ouvíamos música e dormíamos juntos. Tirando as surras, minha infância foi muito divertida e graças a ele, eramos tão próximos. Só naquele momento eu me dei conta de que não sabia mais nada sobre Steve e nem quem ele era. Era tão evidente, tão claro que chego a não me conformar como não pude perceber. Estava preso ao meu mundinho de faz de conta e não perceberá que deixava de lado a pessoa que mais se importava comigo. Me perdi por alguns instantes em meus pensamentos, percebi que a classe já estava acomodada e o professor vinha caminhando lentamente pelo corredor. Mas Mika surgiu de repente na porta:
- Amoor! - Gritou ela. Fazia questão de exibir a todos que estávamos namorando.
- Oi amor! - Correspondi, mas discretamente.

Nos falamos rapidamente e trocamos alguns beijos, mas quando notei o professor já estava na porta. Só o seu olhar macabro era suficiente, me despedi de Mika que correu para ir para sua sala enquanto eu me sentava.
- Bom dia. Abram o livro na pagina 203.

Me recordo o quanto eu acreditava amar Mika. Alias, é um erro que muitas pessoas cometem, acreditar estar amando loucamente, que ilusão. Banalizam o amor e o tornam patético. Na realidade não passa de imaturidade, no meu caso para alguém que nunca foi amado e não fazia idéia do que é receber um carinho.

Durante a aula fiquei observando pela janela como o céu estava azul e imaginando coisas no formato das nuvens. Fiquei frustrado com o que Steve teria para me dizer e afinal de contas porque só agora? Perdido em meus pensamentos me recordo perfeitamente do dia em que acampamos no quintal de sua casa, meio as brincadeiras dentro da barraca, fizemos aquela promessa:
“- Brian, minha mãe estava me contando que hoje almoçou com uma amiga que conhecia desde criancinha...Ela se casou e venho morar pra cá, no Canadá e sua amiga ficou em outro pais.”
“- Nossa, ela não ficou triste?”
“- Ela disse que não, porque mesmo morando longe sabia que a amizade delas era forte o suficiente para sobreviver a essa distancia... - Contou ele abrindo um sorriso de orelha à orelha. - Não é legal? - Continuou - Depois de tanto tempo elas se reencontrarem, elas não se viam, mas não deixaram a amizade morrer, apenas mataram as saudades.”
“- Tomara que sejamos assim também!”
“- Não, não quero! Não vamos nos separar!” - Disse ele colocando suas mãos sobre as minhas enquanto estávamos deitados, se manteve parado, me olhando. - Nossa amizade tem que ir além disso, jamais abandonaremos um ao outro!”.
“- Ok!”
“- Então me prometa.” - Exigia fazendo bico e curvando a sobrancelha.
“- Eu prometo!”
“- Eu também prometo!” - Sorriu novamente.
- Brian...- Alguém cochicha meu nome. - Briaan! - Insiste mais alto.
- O que...? - Respondo notando que é Matt, me chamando na classe com a mão na boca para abafar o som.
- Terra chamando! Saca só, o professor deve ter uma tara por você cara! – Disse ele segurando o riso.
- O que? Como assim?! - Questiono indignado.
- Não é de hoje que percebo o quanto ele se invoca com tudo o que você faz...- Diz ele olhando para os lados - ...E desde da hora que ele entrou não tirou os olhos de você...Alias, desde que ele resolveu ser o professor definitivo da nossa turma ele te encara dessa forma.

Logo levei os olhos até ele, notei que estava sentando, me observando com as pernas cruzadas apoiando os cotovelos sobre a mesa, com as mãos entrelaçadas.
- Ele me odeia, isso sim Matt! - Respondi inconformado.
- Claro que não! Ele faz tudo para chamar sua atenção!
- Independente disso, eu o detesto! Só a maneira como ele se dirige a mim já me irrita. Me lembra exatamente meu pai! - Percebo ter aumentado o tom de voz, mas é tarde demais.
- Shiu! - Responde Matt levando o dedo à boca, sinalizando silêncio.
- BRIAN! - Diz o professor irritado num tom estrondante.
- Sim?
- Já que esta com tanta vontade de falar, leia o texto do livro em voz alta, por favor.
- De novo? Toda aula o senhor me faz ler e...
- Leia. - Diz ele calmamente, mas me encarando com mais profundidade.
- “Gráficos Estati...
- Em pé!
- Porque?? - Pergunto visivelmente irritado.
- Vamos. - Ainda insistindo em me encarar.

Me senti um tanto constrangido, todos olhos estavam voltados pra mim. Mas antes da leitura resolvi fazer algo que eu nunca havia feito antes, o correspondi o encarando, olhei fixamente em seus olhos. Só naquele instante notei o quanto era bonito e atraente, seria casado? Talvez não, aparentava ser jovem. O observei da cabeça aos pés, olhos puxados muito admiráveis, cabelo liso, sedoso e escuro era oriental assim como Mika.

Quando me dei conta estava o observando além do limite, me questionei por qual motivo eu estaria admirando a beleza de um homem, mas era notável sua irritação, franzia a testa e entrelaçava os dedos com mais força, resolvi prosseguir com a leitura para não tornar as coisas piores. Mais tarde, passou a aula toda desviando o olhar, mas eu podia perceber claramente o quanto se esforçava para não voltar a me encarar, estava diferente, mas aquela situação me incomodava muito. Finalmente soa o sinal, todos odiavam aquela aula e batem em retirada imediatamente, acabo derrubando alguns livros e ficando para trás, me abaixo para pega-los e quando recolho o último vejo seu sapato preto, social. Noto que está ali em pé, bem próximo, subo o olhar ainda agachado e é possível perceber que me observa novamente, aparentemente frustrado. Me levanto e antes que eu diga qualquer coisa ele se adianta:

- Porque estava me encarando? - Interpela com os braços cruzados, mas com uma voz mansa bem diferente de quando está dando aulas.
- Hã? Não sei do que está falando. - Tão cínico.
- Me olhou de outra forma hoje...Porque? - Perguntou dando um passo em minha direção.
- Impressão sua eu não...
- Eu não gosto que me olhe assim. - Avança mais um passo.
- Como assim? Porque? - Interrogo andando alguns passos para trás, até bater um dos pés em uma carteira e perceber que estou ficando sem saída. Coloco as mãos na mesa para não cair.
- Porque eu gosto dos seus olhos... - Diz ele mudando a expressão e colocando ambas as mãos sobre as minhas, uma de cada lado de forma que meu corpo fique no meio, se aproxima me encurralando definitivamente, mas me olhando de maneira mais sugestiva.

Fiquei por alguns instantes paralisado, sem reação. Eu não sabia o que dizer ou que atitude tomar, é como se o tempo tivesse parado pois aquele momento durou uma eternidade, era possível sentir meu rosto esquentando e meu coração acelerando. Não estou me reconhecendo, porque estou tão afetado com essa situação? Não consigo me mexer, posso sentir uma gota de suor escorrendo pelo meu rosto. Nunca me senti dessa forma, o que devo fazer?

Continua...



Última edição por Nessah em Qui Jul 19, 2012 11:44 pm, editado 5 vez(es)

2Felicidade Falsa 2.0 Empty Re: Felicidade Falsa 2.0 Sex Jun 15, 2012 6:29 am

William

William

Estou adorando essa fic, por favor continue ela assim que puder, boa sorte com ela Wink

3Felicidade Falsa 2.0 Empty Re: Felicidade Falsa 2.0 Sex Jun 15, 2012 7:42 am

Koi-Kun

Koi-Kun

*--------------* nhaaaaaaaaaaaaa mto bom mesmo rs *ancioso pela continuaçao*Felicidade Falsa 2.0 Baa60776

Nessah

Nessah

Capitulo 2 – Descobrindo a infelicidade

Enquanto eu me questionava e tentava entender a situação, o professor se aproximava cada vez mais, o que me deixava louco. Minha vontade era de empurra-lo e fugir daquela situação. Mas eu simplesmente não conseguia, estava imóvel e não podia fazer nada além de observa-lo. Desviei o olhar para a porta e percebi que estava encostada, me aliviei pois por um minuto senti que estaríamos sendo vigiados. Nesse instante ele colocou sua mão sobre meu rosto o puxando novamente para seu olhar e quando ele se aproximou o suficiente para fazer meu corpo delirar, mudou sua expressão e disse:
- Saia daqui. - Virando-se de costas e colocando as mãos na cabeça.
- Eu...
- Saia, imediatamente!

Me dirigi a outra sala em choque, não compreendia o que ele quis dizer com “eu gosto dos seus olhos”. E porque ele estava agindo daquela maneira? Será que ele era homossexual? Mas ele sabia que eu tinha namorada, então porque? Acho que Matt tinha razão, talvez ele tivesse alguma atração por mim. Mas esse era o menor dos problemas, o que eu não conseguia entender era o que estava acontecendo comigo. Porque raios eu agi daquela forma? Meu corpo e minha mente pareciam apreciar aquela situação, fiquei encabulado. Mesmo ele sendo muito atraente, não era conveniente, ambos eramos homens. Além disso, de todas as experiencias que já havia vivido nada tinha me oferecido aquela adrenalina, aquela expectativa e meu corpo nunca ferverá daquele jeito.

Cheguei atrasado na aula de Literatura, o que não fazia muita diferença pois meus pensamentos estavam voltados para os meus problemas: quem eu era, o professor de matemática e Steve. Minha cabeça estava cheia, só queria que aquele dia acabasse logo. Quando o sinal bateu, sai em retirada imediatamente sem me despedir de ninguém fui em direção ao estacionamento, onde aguardei por Steve alguns minutos. De repente recebi uma sms de Mika, estava brava: “Aonde você foi?! Estou indo pra casa, me ligue.”. Simplesmente não me importei, pela primeira vez eu não me importei mesmo. Minha cabeça estava confusa, meus sentimentos pareciam perdidos e comecei a questionar desesperadamente minha felicidade. Foi quando Steve surgiu no estacionamento:
- Desculpe, fui ao banheiro.
- O que você quer? – Perguntei com certa arrogância.
- Será que pode me dar uma carona?
- Ah...Era isso? – Riso irônico
- Não, é que a historia é muito longa para te...
- Entra. - Respondi friamente enquanto entrava no carro.

Só Deus sabe como me arrependo desse comportamento. Fui tão estupido com Steve, descontei nele minha raiva por aquele dia ruim, sem ao menos perceber o quanto sua expressão o entregava. Estava tão abalado, até mesmo sua voz estava diferente.
- Sua namorada estava te procurando. – Disse Steve.
- É, eu sei.

Um silencio predominou por alguns minutos, Steve olhava pela janela, respirava fundo e voltava a me olhar eu podia vê-lo pelo reflexo, estava visivelmente nervoso. Parecia querer dizer algo, mas talvez lhe faltasse coragem.
- Brian...
- Sim ?
- Me desculpe... - Disse ele cabisbaixo.
- Só isso?
- Minha mãe faleceu há algum tempo, não sei como seguir minha vida Brian...Ela era tudo...Agora só restamos eu e meu irmão mais velho, afinal você sabe que meu pai nos abandonou...Eu não sei...Não sei o que fazer... - Desabafou ele aos plantos, soluçando de chorar.

Me senti um lixo, queria descer do carro e esfregar minha cabeça no asfalto de tanto ódio que senti de mim mesmo. Ele estava passando por tantas dificuldades e eu como seu melhor amigo não fui capaz de notar. O tratei de forma rude e nem se quer percebi o quanto estava triste. Fui fútil e só me preocupei com a minha vida, com os meus problemas. Eu não sabia o que lhe dizer, estava tão frágil, suas lágrimas não cessavam:
- Você cresceu sem mãe...Como foi capaz? - Continuou ele.
- Steve, tire forças de suas ambições...Não fique triste só pensando no que aconteceu. Não adianta questionar, a morte é uma fatalidade, algo que ninguém pode reparar. Seu futuro é o que mais importa. Se foque naquilo que você ama, use como energia para seguir em frente.

Olhei fundo dos seus olhos, eram tão verdes e dentre tantas lagrimas estavam azuis e brilhando intensamente. Só vi tristeza em seu olhar. Eu já sabia da morte da mãe de Steve, éramos vizinho, crescemos juntos e sempre fomos muito amigos, até o dia em que fiquei com a Mika, há aproximadamente 5 anos atrás, depois disso ele se tornou frio e foi se afastando lentamente, acreditei que ele sentia ódio por gostar de Mika e perdê-la pra mim.
- Entendo...
- Quer ir lá em casa? Peguei uns filmes legais ontem!

Eu queria animá-lo. Senti culpa por ter lhe menosprezado tanto, era um péssimo amigo. Mesmo que ele amasse Mika não deveria deixa-la interferir em nossa amizade. Mas naquele momento tudo o que eu queria era vê-lo sorrir novamente.
- Ok. - Respondeu ele abrindo um sorriso forçado.

Ao chegarmos percebi que meu pai não estava em casa, o que era ótimo já que ele vivia me perturbando por qualquer besteira.
- Quer um suco, água, refrigerante?
- Água esta bem.

Levei Steve até meu quarto e coloquei um filme de comedia, pra quem sabe ele melhorasse de astral.
- Nossa Brian...
- O que?
- Como seu quarto está diferente...Naquela época tinha tantos brinquedos aqui, e ali havia um monte de CDs, agora tem muito mais. Você não mudou muito. – Ele disse sorrindo.
Como Steve tinha um sorriso lindo era único, me senti tão aliviado pois ele nunca mais havia sorrido daquela forma, foi histórico!
- Pois é, sempre fui apaixonado por música. Enfim, senta aqui, o filme já ta começando!

Steve não só sorriu, como riu muito durante o filme. Me senti imensamente feliz, como se tivesse o ajudado de alguma forma. Conversamos mais do que assistimos, afinal havia muitas coisas que queríamos contar um ao outro depois de tanto tempo afastados.
- Nossa, que filme maluco, amei Brian! Só você mesmo...
- Muito bom! Tem outro aqui, mas é terror.
- Demorou! Me amarro em terror, você sabe disso!

O filme era horripilante, eu estava vidrado. Tanto que nem me dei conta de que Steve estava com a cabeça encostado em meus ombros e com um braço enganchado no meu:
- Steve, você viu aquilo? Steve?

Quando notei, ele estava dormindo, sem pensar toquei em seu rosto, era como um anjo. Deixei de prestar atenção no filme e passei a observa-lo, o deitei em minha cama e me juntei a ele. Fiquei lhe olhando perdidamente até pegar no sono também. Eu não entendia o que estava acontecendo comigo, mais cedo fiquei admirando meu professor de matemática e agora estava atraído pelo meu melhor amigo? Sinceramente não me importava, meus problemas se amenizavam com sua presença e com seu sorriso, era muito diferente de como eu me sentia com o meu professor, era um sentimento de paz e tranquilidade.
- Brian? - Abro os olhos lentamente, acordo com a voz de Steve. Estava com o rosto tão próximo, seus olhos estavam verdes novamente.
- Nossa, acabei dormindo também!
- Você ainda dorme como uma criança. - Disse ele sorrindo, ainda deitado.

Em seguida, ficamos por alguns instantes nos olhando, sem trocar uma palavra e involuntariamente comecei a tremer, meu coração disparou, mas dessa vez eu não estava nervoso. Me sentia calmo, apenas estava com medo dos meus sentimentos pois eu não compreendia o que estava acontecendo comigo.
- Bom! Cochilei aqui! Eu estava muito cansado não durmo há noites. - Disse ele quebrando o silencio.
- Relaxa, não é a primeira vez que você dorme na minha cama. – Eu disse rindo.
- Pois é, nunca esqueci todas aquelas noites que passei com você na sua cama! - Ele riu ironicamente.
- Dormindo ?? - Sorri
- Lógico, estava pensando o que seu safado?

Ele sorria de forma tão hipnotizante, não desviei o olhar nem por um minuto. Steve sempre foi tão bem humorado, quando criança fazia brincadeiras engraçadas que sempre me arrancavam gargalhadas. Eu não havia notado o quanto sentia falta aquilo, eu havia me esquecido como era mágica sua presença, fazia com que eu me sentisse nas nuvens. Aquela sensação de que o mundo poderia acabar naquele instante pois nada mais importaria.
- Obrigada Brian...Agora vou embora, já ocupei muito do seu tempo!
- NÃO! Digo...Fica mais... - Eu disse coçando a cabeça, meio acanhado.
- Amanhã nos veremos no colégio.
- Mas você mal fala comigo, não queria que fosse embora agora.
- Não vou me afastar mais de você.
- Promete?
- Sim, prometo. - Pegou uma de minhas mãos e a levou até seus lábios, selando um beijo delicado, enquanto olhava fixamente em meus olhos. Meu coração palpitava, me arrepiei, novamente estava tremendo, era como se meu corpo o correspondesse. Céus, eu estava em chamas, sentia uma vontade imensa de me entregar a ele. Mordia os lábios e quando tomei coragem de dizer algo ele se adiantou, soltando calmamente minha mão e disse:
- Amanhã nos vemos no colégio, está bem? - Disse ele passando a mão sobre meus cabelos e mais uma vez abrindo um sorriso.
- BRIAN! - Era meu pai, como sempre gritando.

Descemos até a sala fui acompanhar Steve até a porta:
- Quem é esse? - Perguntou meu pai deitado no sofá com uma garrafa de cerveja na mão. Estava bêbado, mais uma vez.
- É o Steve pai, não lembra dele?
- … - Me ignorou totalmente e virou uma dose.
- Vamos Steve. - Eu disse o puxando pela mão. Só queria tira-lo dali, aquela cena era constrangedora, eu sabia que meu pai estava prestes a armar um escândalo, não queria que Steve estivesse ali para presenciar, mesmo que já soubesse como ele era. Tivemos um dia tão perfeito, não podia deixar meu pai estragar.
- Desculpe Steve...Mas sabe como ele é...
- Não quer que eu fique? Talvez eu possa te ajudar... - Olhar desolado.
- Não, sério. Melhor você ir. Hoje o dia foi maravilhoso, não quero que ele estrague.
- Tem certeza?
- Sim eu tenho.
- Fica bem, ok? Qualquer coisa me liga ou vai lá em casa. - Disse ele com um olhar preocupado.
- Obrigado...Então até amanhã.
- Até. - Respondeu dando as costas lentamente e caminhando em direção a rua. Olhou para trás algumas vezes, enquanto eu permanecia na porta o acompanhando, mirando-o. Céus, o que está acontecendo comigo?

Continua...



Última edição por Nessah em Qua Jul 18, 2012 3:19 pm, editado 1 vez(es)

5Felicidade Falsa 2.0 Empty Re: Felicidade Falsa 2.0 Qua Jun 20, 2012 9:00 am

William

William

Adorei o segundo cap. ficou bonita a história, por favor poste o cap.3 assim que puder, boa sorte Nessah =)

6Felicidade Falsa 2.0 Empty Capitulo 3 - Amizades Qua Jun 20, 2012 7:54 pm

Nessah

Nessah

Capitulo 3 - Amizades

- Não fez a porcaria da comida Brian? Ficou fazendo o que a tarde toda? - Gritava meu pai da sala enquanto eu me despedia de Steve e fechava a porta.
- Não deu pai, eu estava lá em cima com o Steve e...
- Não me interessa onde você estava, eu odeio chegar do trabalho e não encontrar o jantar pronto! Olha Brian...

Nesse momento senti que a coisa ficaria feia, ele deu mais um gole e franziu a testa .
- Desculpa pai, eu faço ago...
- BRIAN!

Eu detestava isso, que ele gritasse comigo. Preferia que me batesse do que elevasse a voz, era humilhante.
- Não precisa gritar! - Respondi furioso.
- Vou te dizer a real Brian! Você esta com 17 anos e tudo o que sabe fazer é ir a escola vagabundear e namorar, ou melhor, transar. Ano que...
- Lógico que não! Sou eu quem administra a casa: lavo, passo, cozinho, saio pagar as contas e faço tudo o que me pede. Sempre...
- ME DEIXA FALAR SEU INUTIL! - Gritou ele batendo a mão na mesinha que estava no centro da sala - Logo você faz 18 anos e termina a merda da escola, o que você vai fazer da vida hein? Não está esperando que eu baque sua faculdade, está? Debaixo do meu teto vagabundo eu não tolero! Durante o tempo em que você não trabalhava, mas recebia a pensão pela morte da Chris até vai, mas agora chega de ficar lendo livrinhos e brincando de casinha e vá botar comida na mesa!
- Como é que é? Você está dizendo que se eu não arrumar um emprego vai...
- VOU TE BOTAR PRA FORA!
- Você só pode estar de brincadeira! Esta casa não é só sua...
- A casa era alugada, eu a comprei com o MEu dinheiro, depois que Chris faleceu, portanto é MEU patrimônio! Ou você arruma um emprego e começa a trabalhar feito homem ou eu vou...

Não era fácil, como ele ousava me ameaçar de tal maneira. Todos os meses eu recebia uma pensão pela morte da minha mãe, na qual ele ficava com a maior parte, mas depois que eu terminasse a escola e completasse a maior idade eu não receberia mais nada. Conclui que ele só me manteve em casa por isso, pelo dinheiro, o que era decepcionante.

Enquanto meu pai falava, um filme passava em minha cabeça...Lembrando de como foi um inferno viver com ele todos esses anos, pensei em como minha vida poderia ter sido diferente se eu não tivesse matado minha própria mãe. Olhei para a sua fotografia na parede, tão linda, estava grávida e sorrindo. Pensando nisso me descontrolei, peguei o primeiro objeto que vi e arremessei contra ele, eu estava em fúria.
- BRIAN! Seu imprestável...Pare de pagar de machinho destruindo a casa! VÁ EMBORA!

Ele era tão frio e me magoava sempre que abria a boca. Num impulso de ódio subi até meu quarto, peguei todas as minhas coisas e coloquei no meu carro. Alias o único bem que consegui comprar com a herança da minha mãe. Pra onde eu iria? Eu não tinha a menor idéia. Enquanto eu arrumava tudo ele me fitava e continuava com suas ofensas, ignorei. Só queria sair daquela casa e ficar longe dele. Na hora em que eu estava pra arrancar com o carro ele apareceu na porta gritando:
- Isso, SEU ASSASSINO, SUMA!

Liguei o rádio com o som no ultimo, me desmanchei em lagrimas e segui dirigindo sem saber meu destino, estava desesperado. Me acalmei um pouco e resolvi ligar para o Matt.
- Alô?
- Brian! Estava pensando em você agora, já iria te ligar, adivinha o que está passando na televisão? Show do Bullet For My Valentine! Eu sei, eu sei sua banda favorita. Mas você acredita que...
- Matt... - Voz de choro.
- Cara, você está bem?
- Matt, será que posso dormir na sua casa hoje...?
- Claro Brian, mas o que aconteceu?
- Te explico quando chegar ai.

Quando cheguei na casa de Matt lhe dei um abraço forte e lhe contei tudo o que havia acontecido. Sempre visei amizade como um laço que nunca se rompe, as vezes se distancia um pouco e talvez até se perca a intimidade, porém se acaba não era uma amizade verdadeira e sim passageira. Os amigos sempre estão ali para os piores e melhores momentos, para te estender a mão e te erguer quando você cai de joelhos. Mas me surpreendi com sua reação, normalmente quando eu tinha problemas com meu pai Matt me aconselhava a sair de casa, mas naquele dia estava me mandando retornar o que era um tanto irônico devido as circunstâncias. Quando notei que ele não me queria em sua casa, não queria me ajudar à solucionar meus problemas e ele simplesmente não se importava com as consequências fiquei extremamente decepcionado:
- Nossa..Que barra...
- E agora Matt, não sei o que faço!
- Mas você não tem nenhum parente?

Meus avós maternos eram falecidos, os paternos eu desconhecia, minha mãe era filha única e meu pai tinha alguns irmãos os quais só vi uma vez em um casamento e que moravam na Alemanha. Mas Matt sabia disso, sabia que eu não tinha ninguém.
- Você sabe que não Matt...- Respondo visivelmente decepcionado.
- Sabe o que é cara...Não dá pra você ficar aqui...
- Esta me dizendo não?
- Eu não posso.
- Tudo bem. Mas porque?
- Teu pai é um alcoólatra, me desculpe dizer isso, mas com certeza ele virá atrás de você, isso vai criar a maior confusão...Não quero meus pais pegando no meu pé.

Meu melhor amigo me dizendo não, por um motivo tão fútil. Eu entenderia se ele negasse, por qualquer outra coisa, mas por isso? São nos piores momentos que conhecemos as pessoas, pois é fácil se aproximar de você quando está no auge, mas quando está no fundo do poço é muito difícil alguém ter coragem de lhe ajudar a se reerguer. Mas eu estava muito mais preocupado para onde eu iria do que com isso. Logo pensei em Mika.
- Tudo bem...Vou ver se tem como eu ficar na casa da Mika.
- Desculpa Brian, mas...
- Tudo bem Matt...Tchau. - Respondi com extrema arrogância.

Respirei fundo e segui até a casa da Mika. Quando cheguei, liguei para ela queria amenizar o constrangimento, já que ia aparecer do nada em sua casa pedindo abrigo.
- Mika, sou eu...Estou aqui embaixo, na sua casa. Aconteceram algumas coisas hoje e eu acabei saindo de casa...Briguei com meu pai e...
- Você sumiu hoje! Não me ligou, não deu noticias! - Interrompeu zangada.
- Mika, você ouviu o que eu disse?
- Não me interessa! Quero saber porque você não me ligou.
- Olha...eu...Sério mesmo que está fazendo isso? - Segura o choro – Minha vida está um inferno e você está preocupada porque eu não te liguei?
- Sim.
- …
- Não te liguei porque fui embora com o Steve e...
- Steve! Nossa! Há quanto tempo, não é mesmo? Estava uma paz nossas vidas sem esse cara. Antigamente você passava mais tempo com ele do que comigo.
- Antigamente quando eu tinha 13 anos? Fala sério...
- Está vendo, você não me ligou porque passou a tarde com o seu amiguinho. E agora mais uma vez você teve aquele discussão com o maluco do teu pai e como está querendo o meu lindo ombrinho para chorar, você vem me procurar!
- Você não sabe o que está dizendo...Steve perdeu a mãe e...
- Grande coisa! Pessoas morrem todos os dias. Você não tinha que ter passado a tarde com ele!
- Não entendo sua raiva...Mas afinal não é sobre isso que eu queria falar e...Quer saber? Deixa pra lá! Esquece, esquece tudo.
- É melhor mesmo, vamos terminar! Agora posso continuar fazendo minhas unhas? - Silencio – Obrigada.
- O que? Eu não estava me referindo sobre terminarmos...Mika? Alô?

Que dia, aconteceram inúmeras coisas ruins e talvez a única coisa boa tenha sido o tempo que passei com Steve. Meu melhor amigo e minha namorada me deram as costas, meu pai praticamente me colocou pra fora e eu não tinha um lugar para passar a noite. Talvez devesse dormir no carro mesmo, mas e nos outros dias?

Cai a noite, eu estava cansado e dirigi de volta até em casa. Parei em frente e encostei a cabeça no volante, fiquei pensando em uma forma de acertar as coisas. Mas pra mim era impossível, depois de tudo o que eu ouvi eu não conseguiria mais conviver no mesmo teto que meu pai, além do mais ele também não me aceitaria de volta.

Eu estava perdido em meus pensamentos, desesperado e em lágrimas, mas quando me dei conta tinha alguém me observando pelo lado de fora, levei um susto pois pensei ser meu pai, mas era Steve.
- Brian...
- Steve? - Perguntei abaixando o vidro
- Eu ouvi tudo o que aconteceu...Você está bem?
- Ah...De certa forma.
- Nossa, que pergunta idiota a minha...Basta te olhar e ver que não está nada bem... - Disse ele pensativo, levando uma das mãos à boca e em seguida a tira e continua - Porque ele sempre faz isso com você hein? Chega a doer em mim... - Passa as mãos em meu rosto, enxugando minhas lágrimas e mirando-me com um olhar preocupado.

Continua...



Última edição por Nessah em Qua Jul 18, 2012 3:16 pm, editado 1 vez(es)

7Felicidade Falsa 2.0 Empty Re: Felicidade Falsa 2.0 Qua Jul 11, 2012 8:20 am

William

William

Adorei esse cap. fiquei surpreso como o pai dele foi mal com ele, fiquei chocado como ele tratou o filho dele, tomara que ele se arrependa do que ele fez com ele.

Enfim, boa sorte com os próximos caps. =)

8Felicidade Falsa 2.0 Empty Capitulo 4 - Recomeço Qua Jul 18, 2012 3:15 pm

Nessah

Nessah

Capitulo 4 - Recomeço

- Me perdoe Brian...
- Te perdoar Steve? Pelo o que?
- Me perdoe por me afastar de você, por não estar lá nos dias difíceis. - Ele respondeu meio atordoado.
- Isso...Olha, está tudo bem.
- Está muito frio aqui fora, você vai acabar ficando doente. Porque não pega suas coisas e vem pra dentro?
- Steve...Eu não...
- Vamos! Eu sei que voltamos a nos falar hoje e sua cabeça deve estar uma bagunça com todos esses problemas...Mas me deixe...Me deixe cuidar de você...
- Mas eu...
- Você pode ficar em casa o tempo que precisar. Sera um prazer ter você lá.
- Steve...
- Como forma de agradecimento por ter me ajudado mais cedo e também porque sei como esta sendo complicado pra você. Além disso, eu não poderia te deixar na mão não é mesmo?
- …
E não ouse negar! - Disse ele sorrindo.
- Mas, isso pode te trazer problemas, sabe como meu pai é...
- Relaxa, isso não importa!
- E seu irmão, será que ele não vai...
- Brian! Para! Meu irmão entenderá. Pare de colocar empecilhos!

Steve era a última pessoa que pensei em procurar, de forma tão bondosa ele simplesmente me convidou para ficar em sua casa o tempo que eu quisesse. Era inacreditável sua generosidade e compreensão me deixavam completamente encantado. A forma como ele me conhecia e a calma na qual lidava com a situação me encorajavam a enfrentar meus problemas de cabeça erguida. Como era divina sua presença, me trazia um ar de tranquilidade, uma sensação de que os problemas eram muito menores. Seu olhar me abria um novo caminho e seu sorriso me lavava a alma.
- Steve...Eu nem sei como te agradecer.
- Que nada, coloca seu carro lá na garagem. Você precisa descansar. - Disse ele apontando para sua casa.

Steve morava na mesma rua da minha casa, eramos vizinhos e por isso ele já havia escutado as brigas com meu pai inúmeras vezes. Pensei que talvez eu acabasse criando problemas para Steve, querendo ou não, logo meu pai saberia que eu estaria passando um tempo em sua casa o que resultaria em algum tipo de confusão. Mas eu não tinha alternativa, além disso eu sentia uma vontade imensa de te-lo ao meu lado, não hesitei muito em aceitar.

Guardei o carro na garagem e fomos entrando em sua casa enquanto Steve me ajudava com as malas. Estava tudo tão diferente, afinal há anos que eu não pisava ali.
- Oi Brian – Era o irmão de Steve
- Oi...?
- Thomas! - Respondeu ele sorrindo.
- Nossa desculpa Thomas, eu não lembrava mais seu nome.
- Tudo bem, não se preocupe com isso.
- Mano o Brian vai passar a noite aqui, alias ele vai passar um tempo aqui.
- Devido às brigas?
- Sim, sem problemas não é?
- Não, é até bom pelo menos ele te faz companhia. - Respondeu ele acenando com a cabeça de forma positiva.
- Viu Brian? Tudo resolvido.
- Puxa, muito obrigado! – Agradeci com os olhos lagrimejados.
- Relaxa cara! Infelizmente eu já ouvi suas discussões com seu pai, posso imaginar como é difícil pra você. Só preciso que você nós ajude com a oficina...
- Thomas! - Reclamou Steve.
- Está tudo bem, Steve. Isso é ótimo, eu ocupo minha cabeça e ao mesmo tempo ajudo vocês.
- Mas eu só posso te dar um salário pequeno, pode ser?
- Nossa, ainda vou ganhar um salário? Seria ótimo, muito obrigado mesmo. Só tem um problema...Eu não manjo muito disso. - Confessei rindo.
- Eu te ensino Brian. – Steve sorriu colocando uma das mãos sobre meu ombro.
- Ok, vou me esforçar!
- Agora, vamos lá pra cima e seja bem-vindo a sua nova casa! - Disse Thomas voltando a se deitar no sofá.

Steve e eu subíamos até seu o quarto, quando inconsequentemente o olhei e percebi que ele carregava as malas me observando fixamente, imediatamente virei o rosto, mas ficou evidente o meu constrangimento, ainda mais porque ele deu um leve sorriso de canto que pude notar pelo reflexo do meu olhar enquanto eu tentava disfarçar minha vergonha. Quando chegamos ao quarto, fiquei impressionado com as mudanças que aconteceram naquela comodo, ao qual logo me trouxe diversas lembranças maravilhosas. Com o maior cuidado ele tirava minhas roupas da mala, as dobrava e colocava em seu guarda-roupas junto com as suas próprias roupas. Eu até pensei em questiona-lo, mas de certa forma aquela situação toda me agradava muito. Eu o observava, cada movimento e cada olhar e percebia o quanto minha cabeça se misturava em uma confusão de sentimentos e aquilo me sufocava aos poucos.
- Brian?
- Sim?
- Vai ficar parado aí? - Indagou sorrindo.
- Eu estava pensando que...

De repente ele mudou sua expressão, com os olhos ansiosos soltou uma camisa que segurava e se curvou pra mim e me observou como se esperasse por algo.
- Eu...
- Diga, Brian. - Suplicou se aproximando.
- Eu não sei o que faria sem você. - Sorri sem graça.

Ele abriu um sorriso enorme, uma lágrima escorreu dos seus olhos e logo ele levou a mão ao rosto e se virou de costas tentando disfarçar a emoção.
- Steve? - Questionei o segurando pelos ombros, tentando olhar seu rosto.
- Está tudo bem, sério mesmo. - Voltou a me olhar e sorriu forçadamente. - Olha...você tomou muita friagem lá fora...Porque não toma um banho quente enquanto eu termino de arrumar suas coisas?
- Ah...Tudo bem. Só vou pegar uma roupa.

Naquele momento eu não entendia o que estava acontecendo, mas isso foi devido a minha ignorância, pois estava tudo muito evidente. Deixei por estar e para quebrar aquela tensão eu fui para o banho.
Embaixo do chuveiro não pude deixar de pensar em tudo o que estava acontecendo, chorei desesperadamente. Mesmo que por hora eu tivesse aonde ficar e tivesse Steve do meu lado eu não poderia deixar de me magoar com as atitudes do meu pai. Ele deveria me amar, se preocupar comigo, cuidar de mim. Mas ele pouco se importava, me colocou pra fora sem arrependimento.
Respirei fundo, me troquei e sai do banheiro. Percebi que Steve já havia arrumado tudo, mas ele não estava no quarto. Sobre a mesinha ao lado da cama o meu celular piscava e quando fui verificar haviam 16 chamadas perdidas, mas todas eram de Steve em diversos horários diferentes. Nenhuma do meu pai, dos meus amigos ou da minha suposta namorada. Apenas Steve. Fiquei paralisado olhando para o celular, evidentemente magoado. Até que Steve entrou no quarto com uma bandeja nas mãos, era o meu jantar:
- Agora que já guardamos todos os seus pertences, o senhor já está de banho tomado e eu já te apresentei a casa vou te explicar como sera nosso rotina diária exceto aos finais de semana. Depois que chegarmos da aula, almoçamos e corremos para oficina. Por enquanto eu vou te passar tarefas simples como tirar e colocar algumas peças. Depois as 18hrs fechamos e meu irmão fica lá para finalizar as tarefas administrativas e nos voltamos pra casa, tudo bem?
- Tudo ótimo. - Respondi ainda olhando para o celular.
- Eu trouxe seu jantar. - Disse ele colocando a bandeja sobre a mesinha. - Eu já jantei lá embaixo. Eu sei que você não está no clima de se sentar a mesa, então eu trouxe o seu jantar aqui em cima.
- Obrigado Steve, por tudo.
- Que isso! Brian, você pegou muita friagem, está se sentindo bem?
- Estou sim.
- Me deixe ver se está com febre. - Só então olhei diretamente em seus olhos, enquanto ele levava sua mão sobre minha testa e me observava perdidamente.
- Steve eu... - Segurando o choro.
- Seus olhos Brian...Estão vermelhos e inchados. - Ele não disse mais nada e nem foi preciso apenas me abraçou forte e enquanto eu desabava em lágrimas em seus ombros, ele acariciava meus cabelos com suas mãos. Ficamos assim por alguns minutos, eu soluçava de chorar e ele desesperadamente tentava enxugar minhas lágrimas.
- Fale comigo, desabafe.
- Eu...Steve...eu...- Eu não conseguia nem falar. Era tanta emoção, tantos sentimentos e lágrimas que não cessavam, tudo aquilo era demais pra mim.
- Está tudo bem Brian, está tudo bem. Olha...Você precisa comer. - Me puxou segurando minha mão direita e me obrigando a me sentar na cama. Se sentando ao meu lado pegou a bandeja e a colocou em meu colo. - Apenas tente comer um pouco, está bem? - Passa a mão em meus cabelos sem tirar os olhos de mim.

Fiz como Steve me pediu, empurrei a comida para dentro. Enquanto ele desceu para levar a bandeja, fui ao banheiro para escovar os dentes. Mas eu havia esquecido minha escova em casa. O aguardei voltar e perguntei:
- Steve, por acaso você não tem uma escova por aí? Eu esqueci a minha...
- Não tenho Brian. Mas pode usar a minha, amanhã compramos uma pra você.
- Usar a sua?
- É.
- Tá bem. - Sorri desajeitado.

Quando retornei ao quarto, Steve havia arrumado a cama. Mas só então notei que não havia outra, somente a sua.
- Vou dormir com você?
- Ué, algum problema?
- Não, na verdade nenhum.
- Então ótimo. Eu vou tomar um banho. Agora durma bem, porque amanha mesmo já vamos começar!
- Tudo bem. Steve?
- Sim?
- Vê senão se bate a noite toda hein!

Ele sorriu e respondeu:
- Eu não é? E você que é todo espaçoso! Sorte que a cama é de casal.

Me deitei e tentei relaxar, esquecer os problemas. Apesar de estar com o olhos fechados eu permanecia acordado. Foi então depois de alguns minutos que ouvi Steve saindo do banheiro, sem pensar abri um pouco os olhos e o vi de costas com a toalha amarrada na cintura. Eu só não entendia porque eu não conseguia deixar de observa-lo, ainda mais naquela circunstância. Acompanhei enquanto trocava de roupa de costas pra mim, só então de cueca ele se virou para pegar uma calça no guarda-roupa, seu corpo era extremamente atraente, coxas grossas e abdômen definido, que caiam muito bem com o seu rosto que possuía traços finos, os lábios diferentes dos meus eram pequenos e delicados, o nariz empinado e os olhos e sobrancelha levemente curvados o que lhe davam um ar de marrento.
Ainda me lembro o quanto fiquei chocado pelas minhas próprias atitudes naquela noite, pois eu estava olhando para Steve de maneira maliciosa, o que pra mim naquela época era absolutamente anormal. Mas a primeira coisa que me passava na cabeça era a idéia de que eu já havia me iludido com tudo e com todos e ele independente de qualquer coisa era a única pessoa que eu tinha ao meu lado, mas ao mesmo tempo eu me sentia completamente inseguro e com medo das minhas decisões. Deixando isso de lado, apenas fechei os olhos por completo quando percebi que ele se aproximava pra se deitar também. Ele estava tão próximo que eu podia sentir sua respiração em meu rosto. Foi quando subitamente ele me deu um beijo na testa e se virou para o outro lado. Estranhamente eu tive uma sensação que até hoje eu não consigo explicar com palavras, mas de certa forma senti meu coração incendiar por dentro.

Logo amanhece e o despertador toca.

Continua...

9Felicidade Falsa 2.0 Empty Re: Felicidade Falsa 2.0 Qua Jul 18, 2012 3:21 pm

Nessah

Nessah

Obrigada pelos comentários pessoal! Isso é o combustivel pra mim continuar escrevendo Very Happy

Beijooos!

10Felicidade Falsa 2.0 Empty Re: Felicidade Falsa 2.0 Qui Jul 19, 2012 10:33 pm

William

William

Adorei esse cap. por favor continue a história, esse cap. foi excelente, nota 10! XD

Conteúdo patrocinado



Ir para o topo  Mensagem [Página 1 de 1]

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos