Olá pessoal! Essa é a primeira fanfic que eu trago no forúm, espero que gostem e por favor comentem ^^
Boa leitura!
Até mais!
Felicidade Falsa 2.0
Autora: Nessah
Gênero: Drama e Yaoi
Censura: NC-15
Fandom: Original
Status: Incompleta
Capítulos: ?
O que você faria se descobrisse que sua vida é uma mentira? E se tudo aquilo em que você acredita e ama se torna simplesmente nada? É quando se perde o chão e finge entender, mas na verdade está novamente enganando a si próprio. Quanta dor, quanta magoa. De certa forma me ajudaram à abrir os olhos, aos poucos me dei conta de que não tinha nada e nem ninguém e o pior, não era realmente feliz, bastava olhar ao redor e notar que tudo não passava de uma grande ilusão.
Capitulo 1 – Quem sou eu?
- EI BRIAN! Seu vagabundo, acorde logo! Já são 7hrs! - Meu pai gritava do lado de fora do quarto batendo na porta repetidas vezes.
- Já estou acordado!
- Então se troque e vá para o colégio! O que está esperando?
- Estou apenas me trocand...
- TODO DIA É A MESMA COISA!
O alcoólatra do meu pai estava como sempre me acordando de forma que toda a vizinhança poderia ouvir, talvez já estivessem até acostumados. Infelizmente minha mãe faleceu quando deu a luz, logo que nasci. E é justamente por isso que ele me trata dessa forma, me culpa pela morte dela como se eu tivesse se quer intenção de machuca-la, quem dera te-la ao meu lado.
Logo peguei o carro pra ir ao colégio, sai apressado pois não suportava ficar em casa e como de rotina não tomei o café da manhã.
As aulas estavam acabando, já estávamos no final do ano e tudo o que eu conseguia pensar era no fim dos melhores dias da minha vida, afinal havia conhecido inúmeras pessoas e a cada ano vivi alegrias inexplicáveis naquele colégio e tudo se encerraria em questão de dias. Hoje posso ver o quanto fui ingenuo, bastava refletir no inferno que era minha casa e qualquer lugar bastaria, estaria ótimo.
Naquela manhã de frio intenso cheguei ao colégio disposto a curtir cada segundo com as pessoas que eu amava. Estacionei e entrei, procurei o meu armário e dei de cara com um bilhete da Mika, minha namorada na época. Estava escrito “te amo” e haviam alguns corações no papel rosado. “A pessoa que eu mais amo no mundo.” Eu definia Mika, era no que eu realmente acreditava, estava cego, mas não era de amor e sim ignorância. Peguei os livros e fui caminhando pelo corredor quando encontrei o Matt:
- E ai cara! Tudo bem? Você estava mal ontem...Fiquei preocupado, sua gripe passou? - Perguntou ele me cumprimentado.
Matt, meu melhor amigo, mais que um irmão, sempre com aquele sorriso enorme no rosto.
- Passar, não passou! Mas estou bem melhor, obrigado pela preocupação. - Respondi sorrindo o cumprimentado de volta.
Em seguida caminhamos conversando até a sala, a primeira aula era de matemática, a matéria que eu mais odiava, ainda mais com aquele professor. Logo que chegamos na sala de aula, fomos interrompidos enquanto eu desabafava com Matt sobre os problemas rotineiros com meu pai:
- Oi, Brian.
- Olá Steve... - Me surpreendi. Era o Steve falando comigo. Ele não tinha muitas amizades e era extremamente reservado. Mas ele não falava comigo há muito tempo fiquei magoado por ter se distanciado já que eramos tão amigos, porém nunca entendi ou procurei saber o motivo desse comportamento repentino. Eu estava muito preocupado com a minha vida e minhas futilidades e não dei atenção à ele. O estranhei por me cumprimentar naquela manhã.
- Na saída preciso falar com você...Me espera? - Disse ele cabisbaixo.
- Sobre o que seria? - Indaguei o menosprezando.
- Na saída, está bem? - Disse ele ainda cabisbaixo e antes que eu respondesse se retirou direcionando-se ao seu lugar.
Fiquei curioso, eu não fazia idéia do que havia acontecido com Steve. Mas ele estava abatido e com um olhar extremamente triste, eu nunca tinha o visto daquele jeito. Curioso que ele sempre frequentava minha casa e eu a dele, compartilhávamos tudo, viajamos, jogávamos video game, ouvíamos música e dormíamos juntos. Tirando as surras, minha infância foi muito divertida e graças a ele, eramos tão próximos. Só naquele momento eu me dei conta de que não sabia mais nada sobre Steve e nem quem ele era. Era tão evidente, tão claro que chego a não me conformar como não pude perceber. Estava preso ao meu mundinho de faz de conta e não perceberá que deixava de lado a pessoa que mais se importava comigo. Me perdi por alguns instantes em meus pensamentos, percebi que a classe já estava acomodada e o professor vinha caminhando lentamente pelo corredor. Mas Mika surgiu de repente na porta:
- Amoor! - Gritou ela. Fazia questão de exibir a todos que estávamos namorando.
- Oi amor! - Correspondi, mas discretamente.
Nos falamos rapidamente e trocamos alguns beijos, mas quando notei o professor já estava na porta. Só o seu olhar macabro era suficiente, me despedi de Mika que correu para ir para sua sala enquanto eu me sentava.
- Bom dia. Abram o livro na pagina 203.
Me recordo o quanto eu acreditava amar Mika. Alias, é um erro que muitas pessoas cometem, acreditar estar amando loucamente, que ilusão. Banalizam o amor e o tornam patético. Na realidade não passa de imaturidade, no meu caso para alguém que nunca foi amado e não fazia idéia do que é receber um carinho.
Durante a aula fiquei observando pela janela como o céu estava azul e imaginando coisas no formato das nuvens. Fiquei frustrado com o que Steve teria para me dizer e afinal de contas porque só agora? Perdido em meus pensamentos me recordo perfeitamente do dia em que acampamos no quintal de sua casa, meio as brincadeiras dentro da barraca, fizemos aquela promessa:
“- Brian, minha mãe estava me contando que hoje almoçou com uma amiga que conhecia desde criancinha...Ela se casou e venho morar pra cá, no Canadá e sua amiga ficou em outro pais.”
“- Nossa, ela não ficou triste?”
“- Ela disse que não, porque mesmo morando longe sabia que a amizade delas era forte o suficiente para sobreviver a essa distancia... - Contou ele abrindo um sorriso de orelha à orelha. - Não é legal? - Continuou - Depois de tanto tempo elas se reencontrarem, elas não se viam, mas não deixaram a amizade morrer, apenas mataram as saudades.”
“- Tomara que sejamos assim também!”
“- Não, não quero! Não vamos nos separar!” - Disse ele colocando suas mãos sobre as minhas enquanto estávamos deitados, se manteve parado, me olhando. - Nossa amizade tem que ir além disso, jamais abandonaremos um ao outro!”.
“- Ok!”
“- Então me prometa.” - Exigia fazendo bico e curvando a sobrancelha.
“- Eu prometo!”
“- Eu também prometo!” - Sorriu novamente.
- Brian...- Alguém cochicha meu nome. - Briaan! - Insiste mais alto.
- O que...? - Respondo notando que é Matt, me chamando na classe com a mão na boca para abafar o som.
- Terra chamando! Saca só, o professor deve ter uma tara por você cara! – Disse ele segurando o riso.
- O que? Como assim?! - Questiono indignado.
- Não é de hoje que percebo o quanto ele se invoca com tudo o que você faz...- Diz ele olhando para os lados - ...E desde da hora que ele entrou não tirou os olhos de você...Alias, desde que ele resolveu ser o professor definitivo da nossa turma ele te encara dessa forma.
Logo levei os olhos até ele, notei que estava sentando, me observando com as pernas cruzadas apoiando os cotovelos sobre a mesa, com as mãos entrelaçadas.
- Ele me odeia, isso sim Matt! - Respondi inconformado.
- Claro que não! Ele faz tudo para chamar sua atenção!
- Independente disso, eu o detesto! Só a maneira como ele se dirige a mim já me irrita. Me lembra exatamente meu pai! - Percebo ter aumentado o tom de voz, mas é tarde demais.
- Shiu! - Responde Matt levando o dedo à boca, sinalizando silêncio.
- BRIAN! - Diz o professor irritado num tom estrondante.
- Sim?
- Já que esta com tanta vontade de falar, leia o texto do livro em voz alta, por favor.
- De novo? Toda aula o senhor me faz ler e...
- Leia. - Diz ele calmamente, mas me encarando com mais profundidade.
- “Gráficos Estati...
- Em pé!
- Porque?? - Pergunto visivelmente irritado.
- Vamos. - Ainda insistindo em me encarar.
Me senti um tanto constrangido, todos olhos estavam voltados pra mim. Mas antes da leitura resolvi fazer algo que eu nunca havia feito antes, o correspondi o encarando, olhei fixamente em seus olhos. Só naquele instante notei o quanto era bonito e atraente, seria casado? Talvez não, aparentava ser jovem. O observei da cabeça aos pés, olhos puxados muito admiráveis, cabelo liso, sedoso e escuro era oriental assim como Mika.
Quando me dei conta estava o observando além do limite, me questionei por qual motivo eu estaria admirando a beleza de um homem, mas era notável sua irritação, franzia a testa e entrelaçava os dedos com mais força, resolvi prosseguir com a leitura para não tornar as coisas piores. Mais tarde, passou a aula toda desviando o olhar, mas eu podia perceber claramente o quanto se esforçava para não voltar a me encarar, estava diferente, mas aquela situação me incomodava muito. Finalmente soa o sinal, todos odiavam aquela aula e batem em retirada imediatamente, acabo derrubando alguns livros e ficando para trás, me abaixo para pega-los e quando recolho o último vejo seu sapato preto, social. Noto que está ali em pé, bem próximo, subo o olhar ainda agachado e é possível perceber que me observa novamente, aparentemente frustrado. Me levanto e antes que eu diga qualquer coisa ele se adianta:
- Porque estava me encarando? - Interpela com os braços cruzados, mas com uma voz mansa bem diferente de quando está dando aulas.
- Hã? Não sei do que está falando. - Tão cínico.
- Me olhou de outra forma hoje...Porque? - Perguntou dando um passo em minha direção.
- Impressão sua eu não...
- Eu não gosto que me olhe assim. - Avança mais um passo.
- Como assim? Porque? - Interrogo andando alguns passos para trás, até bater um dos pés em uma carteira e perceber que estou ficando sem saída. Coloco as mãos na mesa para não cair.
- Porque eu gosto dos seus olhos... - Diz ele mudando a expressão e colocando ambas as mãos sobre as minhas, uma de cada lado de forma que meu corpo fique no meio, se aproxima me encurralando definitivamente, mas me olhando de maneira mais sugestiva.
Fiquei por alguns instantes paralisado, sem reação. Eu não sabia o que dizer ou que atitude tomar, é como se o tempo tivesse parado pois aquele momento durou uma eternidade, era possível sentir meu rosto esquentando e meu coração acelerando. Não estou me reconhecendo, porque estou tão afetado com essa situação? Não consigo me mexer, posso sentir uma gota de suor escorrendo pelo meu rosto. Nunca me senti dessa forma, o que devo fazer?
Continua...
Boa leitura!
Até mais!
Felicidade Falsa 2.0
Autora: Nessah
Gênero: Drama e Yaoi
Censura: NC-15
Fandom: Original
Status: Incompleta
Capítulos: ?
O que você faria se descobrisse que sua vida é uma mentira? E se tudo aquilo em que você acredita e ama se torna simplesmente nada? É quando se perde o chão e finge entender, mas na verdade está novamente enganando a si próprio. Quanta dor, quanta magoa. De certa forma me ajudaram à abrir os olhos, aos poucos me dei conta de que não tinha nada e nem ninguém e o pior, não era realmente feliz, bastava olhar ao redor e notar que tudo não passava de uma grande ilusão.
Capitulo 1 – Quem sou eu?
- EI BRIAN! Seu vagabundo, acorde logo! Já são 7hrs! - Meu pai gritava do lado de fora do quarto batendo na porta repetidas vezes.
- Já estou acordado!
- Então se troque e vá para o colégio! O que está esperando?
- Estou apenas me trocand...
- TODO DIA É A MESMA COISA!
O alcoólatra do meu pai estava como sempre me acordando de forma que toda a vizinhança poderia ouvir, talvez já estivessem até acostumados. Infelizmente minha mãe faleceu quando deu a luz, logo que nasci. E é justamente por isso que ele me trata dessa forma, me culpa pela morte dela como se eu tivesse se quer intenção de machuca-la, quem dera te-la ao meu lado.
Logo peguei o carro pra ir ao colégio, sai apressado pois não suportava ficar em casa e como de rotina não tomei o café da manhã.
As aulas estavam acabando, já estávamos no final do ano e tudo o que eu conseguia pensar era no fim dos melhores dias da minha vida, afinal havia conhecido inúmeras pessoas e a cada ano vivi alegrias inexplicáveis naquele colégio e tudo se encerraria em questão de dias. Hoje posso ver o quanto fui ingenuo, bastava refletir no inferno que era minha casa e qualquer lugar bastaria, estaria ótimo.
Naquela manhã de frio intenso cheguei ao colégio disposto a curtir cada segundo com as pessoas que eu amava. Estacionei e entrei, procurei o meu armário e dei de cara com um bilhete da Mika, minha namorada na época. Estava escrito “te amo” e haviam alguns corações no papel rosado. “A pessoa que eu mais amo no mundo.” Eu definia Mika, era no que eu realmente acreditava, estava cego, mas não era de amor e sim ignorância. Peguei os livros e fui caminhando pelo corredor quando encontrei o Matt:
- E ai cara! Tudo bem? Você estava mal ontem...Fiquei preocupado, sua gripe passou? - Perguntou ele me cumprimentado.
Matt, meu melhor amigo, mais que um irmão, sempre com aquele sorriso enorme no rosto.
- Passar, não passou! Mas estou bem melhor, obrigado pela preocupação. - Respondi sorrindo o cumprimentado de volta.
Em seguida caminhamos conversando até a sala, a primeira aula era de matemática, a matéria que eu mais odiava, ainda mais com aquele professor. Logo que chegamos na sala de aula, fomos interrompidos enquanto eu desabafava com Matt sobre os problemas rotineiros com meu pai:
- Oi, Brian.
- Olá Steve... - Me surpreendi. Era o Steve falando comigo. Ele não tinha muitas amizades e era extremamente reservado. Mas ele não falava comigo há muito tempo fiquei magoado por ter se distanciado já que eramos tão amigos, porém nunca entendi ou procurei saber o motivo desse comportamento repentino. Eu estava muito preocupado com a minha vida e minhas futilidades e não dei atenção à ele. O estranhei por me cumprimentar naquela manhã.
- Na saída preciso falar com você...Me espera? - Disse ele cabisbaixo.
- Sobre o que seria? - Indaguei o menosprezando.
- Na saída, está bem? - Disse ele ainda cabisbaixo e antes que eu respondesse se retirou direcionando-se ao seu lugar.
Fiquei curioso, eu não fazia idéia do que havia acontecido com Steve. Mas ele estava abatido e com um olhar extremamente triste, eu nunca tinha o visto daquele jeito. Curioso que ele sempre frequentava minha casa e eu a dele, compartilhávamos tudo, viajamos, jogávamos video game, ouvíamos música e dormíamos juntos. Tirando as surras, minha infância foi muito divertida e graças a ele, eramos tão próximos. Só naquele momento eu me dei conta de que não sabia mais nada sobre Steve e nem quem ele era. Era tão evidente, tão claro que chego a não me conformar como não pude perceber. Estava preso ao meu mundinho de faz de conta e não perceberá que deixava de lado a pessoa que mais se importava comigo. Me perdi por alguns instantes em meus pensamentos, percebi que a classe já estava acomodada e o professor vinha caminhando lentamente pelo corredor. Mas Mika surgiu de repente na porta:
- Amoor! - Gritou ela. Fazia questão de exibir a todos que estávamos namorando.
- Oi amor! - Correspondi, mas discretamente.
Nos falamos rapidamente e trocamos alguns beijos, mas quando notei o professor já estava na porta. Só o seu olhar macabro era suficiente, me despedi de Mika que correu para ir para sua sala enquanto eu me sentava.
- Bom dia. Abram o livro na pagina 203.
Me recordo o quanto eu acreditava amar Mika. Alias, é um erro que muitas pessoas cometem, acreditar estar amando loucamente, que ilusão. Banalizam o amor e o tornam patético. Na realidade não passa de imaturidade, no meu caso para alguém que nunca foi amado e não fazia idéia do que é receber um carinho.
Durante a aula fiquei observando pela janela como o céu estava azul e imaginando coisas no formato das nuvens. Fiquei frustrado com o que Steve teria para me dizer e afinal de contas porque só agora? Perdido em meus pensamentos me recordo perfeitamente do dia em que acampamos no quintal de sua casa, meio as brincadeiras dentro da barraca, fizemos aquela promessa:
“- Brian, minha mãe estava me contando que hoje almoçou com uma amiga que conhecia desde criancinha...Ela se casou e venho morar pra cá, no Canadá e sua amiga ficou em outro pais.”
“- Nossa, ela não ficou triste?”
“- Ela disse que não, porque mesmo morando longe sabia que a amizade delas era forte o suficiente para sobreviver a essa distancia... - Contou ele abrindo um sorriso de orelha à orelha. - Não é legal? - Continuou - Depois de tanto tempo elas se reencontrarem, elas não se viam, mas não deixaram a amizade morrer, apenas mataram as saudades.”
“- Tomara que sejamos assim também!”
“- Não, não quero! Não vamos nos separar!” - Disse ele colocando suas mãos sobre as minhas enquanto estávamos deitados, se manteve parado, me olhando. - Nossa amizade tem que ir além disso, jamais abandonaremos um ao outro!”.
“- Ok!”
“- Então me prometa.” - Exigia fazendo bico e curvando a sobrancelha.
“- Eu prometo!”
“- Eu também prometo!” - Sorriu novamente.
- Brian...- Alguém cochicha meu nome. - Briaan! - Insiste mais alto.
- O que...? - Respondo notando que é Matt, me chamando na classe com a mão na boca para abafar o som.
- Terra chamando! Saca só, o professor deve ter uma tara por você cara! – Disse ele segurando o riso.
- O que? Como assim?! - Questiono indignado.
- Não é de hoje que percebo o quanto ele se invoca com tudo o que você faz...- Diz ele olhando para os lados - ...E desde da hora que ele entrou não tirou os olhos de você...Alias, desde que ele resolveu ser o professor definitivo da nossa turma ele te encara dessa forma.
Logo levei os olhos até ele, notei que estava sentando, me observando com as pernas cruzadas apoiando os cotovelos sobre a mesa, com as mãos entrelaçadas.
- Ele me odeia, isso sim Matt! - Respondi inconformado.
- Claro que não! Ele faz tudo para chamar sua atenção!
- Independente disso, eu o detesto! Só a maneira como ele se dirige a mim já me irrita. Me lembra exatamente meu pai! - Percebo ter aumentado o tom de voz, mas é tarde demais.
- Shiu! - Responde Matt levando o dedo à boca, sinalizando silêncio.
- BRIAN! - Diz o professor irritado num tom estrondante.
- Sim?
- Já que esta com tanta vontade de falar, leia o texto do livro em voz alta, por favor.
- De novo? Toda aula o senhor me faz ler e...
- Leia. - Diz ele calmamente, mas me encarando com mais profundidade.
- “Gráficos Estati...
- Em pé!
- Porque?? - Pergunto visivelmente irritado.
- Vamos. - Ainda insistindo em me encarar.
Me senti um tanto constrangido, todos olhos estavam voltados pra mim. Mas antes da leitura resolvi fazer algo que eu nunca havia feito antes, o correspondi o encarando, olhei fixamente em seus olhos. Só naquele instante notei o quanto era bonito e atraente, seria casado? Talvez não, aparentava ser jovem. O observei da cabeça aos pés, olhos puxados muito admiráveis, cabelo liso, sedoso e escuro era oriental assim como Mika.
Quando me dei conta estava o observando além do limite, me questionei por qual motivo eu estaria admirando a beleza de um homem, mas era notável sua irritação, franzia a testa e entrelaçava os dedos com mais força, resolvi prosseguir com a leitura para não tornar as coisas piores. Mais tarde, passou a aula toda desviando o olhar, mas eu podia perceber claramente o quanto se esforçava para não voltar a me encarar, estava diferente, mas aquela situação me incomodava muito. Finalmente soa o sinal, todos odiavam aquela aula e batem em retirada imediatamente, acabo derrubando alguns livros e ficando para trás, me abaixo para pega-los e quando recolho o último vejo seu sapato preto, social. Noto que está ali em pé, bem próximo, subo o olhar ainda agachado e é possível perceber que me observa novamente, aparentemente frustrado. Me levanto e antes que eu diga qualquer coisa ele se adianta:
- Porque estava me encarando? - Interpela com os braços cruzados, mas com uma voz mansa bem diferente de quando está dando aulas.
- Hã? Não sei do que está falando. - Tão cínico.
- Me olhou de outra forma hoje...Porque? - Perguntou dando um passo em minha direção.
- Impressão sua eu não...
- Eu não gosto que me olhe assim. - Avança mais um passo.
- Como assim? Porque? - Interrogo andando alguns passos para trás, até bater um dos pés em uma carteira e perceber que estou ficando sem saída. Coloco as mãos na mesa para não cair.
- Porque eu gosto dos seus olhos... - Diz ele mudando a expressão e colocando ambas as mãos sobre as minhas, uma de cada lado de forma que meu corpo fique no meio, se aproxima me encurralando definitivamente, mas me olhando de maneira mais sugestiva.
Fiquei por alguns instantes paralisado, sem reação. Eu não sabia o que dizer ou que atitude tomar, é como se o tempo tivesse parado pois aquele momento durou uma eternidade, era possível sentir meu rosto esquentando e meu coração acelerando. Não estou me reconhecendo, porque estou tão afetado com essa situação? Não consigo me mexer, posso sentir uma gota de suor escorrendo pelo meu rosto. Nunca me senti dessa forma, o que devo fazer?
Continua...
Última edição por Nessah em Qui Jul 19, 2012 11:44 pm, editado 5 vez(es)